São inúmeros os desafios que o nosso sector, Comércio e Serviços, enfrenta nos próximos anos e no imediato. No entanto a Transformação Digital é de todos o maior, o mais complexo e o que poderá conduzir ao encerramento e á total inadaptação de muitas empresas , num sector que é maioritariamente constituído por micro e pequenas empresas, muitas de cariz família e com uma elevada percentagem de empresas uninominais.
Em primeiro, as empresas do sector, têm de perceber as duas grandes mudanças por parte do consumidor e que são consequência da pandemia Covid19 e cujo retrocesso é impossível. Uma é a adaptação do consumidor e a sua opção pela comodidade que tal oferece e pela valorização que faz do tempo a que dedica para as diversas tarefas diárias, e que foi transferências das suas compras para o on-line. Outra é a valorização que o consumidor passou a dar ao tempo que despende em actividades ou em tarefas que lhe retirem o tempo para si em termos de lazer, cultura, viagens, convívio e de tempo em família. Todos passámos a dar muito valor á forma como despendemos o nosso tempo livre e a forma como o gastamos.
Em segundo, as empresas têm de perceber que a grande maioria dos consumidores actuais são tecnológicos, e que os consumidores do futuro já nasceram com a tecnologia incorporada nas suas vidas, no seu modo de encarar as suas diferentes e múltiplas actividades.
Só as empresas que tiverem a capacidade desta consciencialização e se adaptarem, incorporando a tecnologia nas diferentes áreas e actividades da empresa terão condições para prosperar e continuar no mercado.
Mesmo as empresas que vendam produtos directamente ao consumidor e que tal dependa da conexão, da presença na loja do papel fundamental do contacto direto com a empresa, vão ter de em cada produto e/ou serviço incorporar uma vertente tecnológica gerando mais valor a esse bem ou produto.
A colocação nas redes sociais, a criação de um website, a informatização de todos os processos internos da empresa, a utilização da tecnologia no sentido de tornar a empresa mais sustentável, mais amiga do ambiente, mais eficiente , e a criação de meios digitais que permitam o contacto mais rápido e directo entre consumidor e quem da empresa lhe poderá solucionar a questão ou o seu pedido ditarão o sucesso ou insucesso de uma empresa.
Se a empresa não fizer este upgrade o consumidor vai encarar essa empresa como obsoleta ,desinteressante e incapaz de lhe poder oferecer o que procura ou pretende.
O tradicional, o autêntico, o personalizado, terão de andar lado com a tecnologia, com a transformação digital. Tecnologia que cada vez mais evolui a um ritmo alucinante e imparável, mas que em simultâneo fará a diferença, a que se associa a inteligência artificial outra revolução nas nossas vidas irreversíveis.
Contudo, esta transformação implica custos acrescidos, aos quais muitas vezes a dimensão das empresas do nosso sector não conseguem compatibilizar com o seu volume de negócios. E aqui a importância da criação de programas e iniciativas como, as Aceleradoras do Comércio, os Bairros Digitais, que têm como premissa o oferecer essa possibilidade em rede, em conjunto com múltiplas e diferenciadas empesas reduzindo ou minimizando esses custos inevitáveis.
Às nossas estruturas associativas cabe o papel de conseguirmos esta transformação das empresas e a sua consciencialização para um mundo que cada vez será mais tecnológico, mais digital e esse caminho com as empresas.